Confira trecho da entrevista com Eduardo Tomiya, CEO da TM20 Branding, para Monique Lima, Forbes Money.
Pela primeira vez em mais de cem anos desde a sua fundação, a Droga Raia anunciou mudanças em sua marca que vão desde o nome até o logo, cores e tipografia. A empresa abandonou o prefixo “Droga” e adotou somente o Raia para nomear o negócio. A Raia não foi a única grande empresa a adotar um rebranding recentemente.
Em abril do ano passado, a Via anunciou que faria um reposicionamento de marca e não usaria mais o “Varejo” em seu nome. A empresa também trocou sua logo, cores, tipografia e sinalizou que a marca Pontofrio também tinha passado por mudanças e agora era apenas Ponto.
Um ano depois da Via e meses antes da Raia, a Porto Seguro seguiu pelo mesmo caminho: deixou o complemento “Seguros” de lado e adotou somente Porto para nomear a holding.
Empresas mudam de marca por vários motivos, mas, no caso dessas três companhias, o propósito é o mesmo: expansão do escopo de negócios. A transformação digital trouxe novas empresas, já nascidas no ambiente online, para dividir espaço com companhias antigas, que precisaram se modernizar para competir.
A Raia foi fundada em 1905 no interior do estado de São Paulo, e atuava somente com medicamentos de manipulação no seu início. Demorou 50 anos para que chegasse à capital e começasse um movimento mais agressivo de ampliação da rede de lojas. Hoje, a empresa pertence ao Grupo RD, que abarca a Raia e a Drogasil, e quer ampliar seu negócio na área de saúde e bem-estar.
Já a Porto tem quase 80 anos de atuação – foi fundada em 1945. A empresa começou oferecendo apenas seguros e nasceu da fusão de três companhias: Central, Porto Seguro e Rochedo. Quatro décadas depois, a Porto ampliou seu escopo com a criação do braço de saúde e atualmente também fornece serviços bancários por meio do Porto Seguro Bank.
O caso da Via é diferente. A companhia é nova (tem 12 anos de mercado), mas foi criada para operar o varejo online de marcas antigas: Casas Bahia (1952), Pontofrio (1946) e Extra (1980). A Via, no entanto, não se vê como uma varejista. A companhia adquiriu nos últimos anos empresas de tecnologia, logística e finanças, e opera também em negócios ligados ao setor de varejo.
Por que o rebranding agora?
Porto Seguro não é mais só de seguros. Via Varejo não se limita à atuação no varejo. Droga Raia não oferece somente remédios. Todas essas marcas quando foram criadas atuavam em setores individuais e agora precisam mostrar para os consumidores, de forma simples, que têm outras unidades de negócios.
“Hoje em dia é difícil conseguir destaque, diferenciar a sua marca das demais. É preciso simplificar, modernizar e facilitar a comunicação nas multiplataformas”, diz Eduardo Tomiya, CEO da TM20 Branding.
No ranking deste ano das “Empresas mais valiosas no Brasil”, elaborado pela TM20 Branding em parceria com a consultoria Superunion e a agência WPP, as primeiras posições ficaram com o Nubank, Mercado Livre e Google.
Segundo Tomiya, essas empresas pontuaram mais alto graças aos critérios de diferenciação e relevância. “A diferenciação indica o quanto os consumidores consideram a empresa inovadora em seu segmento, enquanto a relevância diz respeito à utilidade e constância da marca no dia a dia do consumidor”, explica o CEO.
Para brigar por uma posição no imaginário dos consumidores hoje em dia, Tomiya afirma ser essencial conseguir se destacar nesses critérios.
Fonte: Forbes Money
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