Apesar de redução no público espectador, anunciantes apontam ganhos de relevância de marca e até crescimento no número de vendas de produtos expostos no reality show
Confira trecho da entrevista com Eduardo Tomiya, CEO da TM20 Branding, para Wesley Gonsalves, O Estado de S.Paulo
Não é segredo que a audiência do Big Brother Brasil em 2023 acabou ficando aquém do esperado pelos anunciantes que desembolsaram uma nota no programa. Contudo, marcas estreantes e tradicionais patrocinadores como Mercado Livre, Seara, Chevrolet e Pague Menos avaliaram a participação no reality show da Globo como “positiva” e propensa a uma renovação de contrato em 2024.
Vale relembrar que este ano, a Globo elevou em até 32% os seus pacotes de patrocínio para o programa, conforme adiantou o Estadão, podendo custar até R$ 105 milhões. Porém, mesmo subindo os preços acima da inflação para 2022, a empresa viu uma corrida de marcas interessadas em participar da atração. O interesse foi tamanho que diante do escândalo do rombo bilionário na Americanas, ainda na madrugada, a varejista foi substituída pelo Mercado Livre, que arrematou uma das cotas mais caras do programa, às vésperas da sua estreia.
Fontes do mercado publicitário ouvidas pelo Estadão avaliam que um dos principais motivos para a “força” do “BBB” - mesmo em situação de queda de audiência - é a diferença de público e engajamento em comparação com programas de emissoras concorrentes. A título de comparação, segundo dados do Ibope, no seu episódio final, A Fazenda, da Record, alcançou 9,5 pontos de audiência, metade do resultado do último dia de confinamento do Big Brother Brasil. “Mesmo a audiência tendo caído, ainda é uma grande audiência”, afirma um alto executivo do setor.
Na avaliação de Lilian Carvalho, especialista em Marketing da FGV, ainda que em queda, a relevância do programa ocorre em múltiplas plataformas, o que garante a sua rentabilidade aos anunciantes. Ela destaca que, há hoje, poucos eventos no calendário da TV brasileira que se comparam ao BBB em questões de abrangência e relevância. “As pessoas não têm só a TV, ou streaming para se entreter. Tem redes sociais, jogos, e a atenção fica dividida. Não é só um formato”, afirma a especialista.
Para Eduardo Tomiya, da TM20 Branding, o desempenho fraco deste ano pode ser uma carta na manga dos anunciantes na hora de negociar um futuro contrato para a próxima edição, que terão os dados sobre a queda no público como um fator para discutir a tabela de preços. De todo modo, assim como a especialista a FGV, Tomiya ainda vê o programa como uma boa forma de expor as marcas aos consumidores, dado a relevância do reality show. “A forma como a Globo coloca as marcas em exposição na competição é algo muito bacana”, avalia.
Fonte: O Estado de S.Paulo
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